quarta-feira, 4 de abril de 2012

Galera,
Aí vai o segundo Capítulo na Íntegra do livro... Vale lembrar a regra da Biblioteca Nacional?! Acho que não, né?!


2.Escola



A cidade aconchegante e familiar de Fall River, em Massachusetts, é onde eu moro, ela fica no Condado de Bristol, assim como Dartmounth e Easton, tem cerca de 91.938 habitantes, está situada nas margens do cênico Mount Hope Bay e do Rio Taunton. Aqui, há uma grande concentração de descendentes de portugueses, o que explica o fato do meu nome ser português, e não tão americano como o resto. Uma vez conhecida como a "Capital Têxtil do Mundo", Fall River traça sua origem à colônia de Plymouth, quando os colonos compraram terras em 1659 a partir da Wampanoags, uma tribo de nativos americanos, mas chega do momento aula de história. O mais legal pra mim na cidade, é que o clima é bem instável, vários dias de sol, outros de bastante chuva, independente da estação do ano que estiver. Era bom porque assim não criava uma paisagem monótona e saia da mesmice.  
Morando em Fall River, se tem muitas opções de colégios, desde os públicos até os particulares. Eu e meu irmão mais novo, de seis anos, éramos os únicos que ainda estavam na escola, os outros dois mais velhos, uma de vinte um e outro de vinte, já estavam na faculdade e quase se formando. O que me consolava é que em breve seria a minha vez, e enfim iria deixar a escola que sempre estudei: a Bishop High School Conolly, uma escola católica e com certeza muito velha. Os meus pais, John e Sol, trabalhavam bastante, meu pai era contador e minha mãe advogada. Tínhamos uma casa grande em um ótimo bairro da cidade, considerada área nobre. A gente tinha empregada, a Meg, mas ela só ajudava minha mãe com meu irmãozinho e com a casa, minha mãe ainda fazia questão de cozinhar para a gente.
Ainda era o começo do ano letivo, e muita coisa poderia acontecer. Na escola, eu não tinha lá muitos amigos, conhecia muitas pessoas de fato, mas amigo mesmo, de verdade, eram poucos. Eu andava num grupo de cinco pessoas, éramos eu, a Ju, o Tobby, a Nanda e o Léo. Nós éramos inseparáveis, afinal, crescemos juntos e os nossos pais já se conheciam, já conheciam cada um, então não rolavam segredos entre a gente.
            Estudávamos todos nas mesmas aulas desde a 5ª série, e agora no último ano não poderia ser diferente, se um caísse em outra aula, no outro dia já pedia transferência para a nossa. O engraçado da turma, é que temos personalidades hiper diferentes, mas pouco discutíamos ou discordávamos uns dos outros.  Nós sentávamos perto na sala de aula, e no almoço, é obvio, um guardava o lugar para o outro.
  Nossa turma era sempre unida, mas cada um tinha alguém mais especial no grupo, no meu caso eram duas, a Ju e o Léo, que eu sabia que estariam comigo ate o fim. Aí estava o quinteto mais perfeito que poderia existir!
- Ai Nana, tô te falando, estuda para essa prova, afinal matemática não é seu forte e todos sabem disso! – Essa era a Ju me dando conselho, ela sempre fazia isso em época de prova, com medo de eu ir mal.
- Para com isso Ju – Eu disse – É só a primeira prova do ano, se eu for mal, ainda terei outras para compensar!
- Não sei não Nana nunca se é inteligente o bastante na matemática – Adivinha se não era o Tobby – Até Einstein tinha seus erros, e você pode errar.
- Eu concordo com a Nana – Disse Nanda – Se ela acha melhor não estudar quem somos nós para fazê-la pensar o contrário?
- Valeu Nanda, sabia que tinha seu apoio – Eu lhe disse, lançando um sorrisinho singelo, porém sincero.
-Eu não vou ter tempo de estudar – Disse por fim Léo, se juntando a nós na conversa com a camisa toda torta e os lábio borrados de batom – Porque eu vou sair com a Mel – Falou piscando em direção á garota
- E o que aconteceu com a Sam? Você não disse que era pra valer? – Perguntou Tobby encerrando ate aqui o assunto da prova.
- E desde quando o Léo se juntou pra valer? – Disse eu – Antes da Sam, ele conheceu e saiu com Lara, que ele disse ser a garota perfeita, antes dela a Judy que ele afirmou ser sua alma gêmea e ah, não podemos esquecer a Pam, que ele disse ter seus destinos cruzados, e escritos nas estrelas – Depois disso ninguém agüentou e todos riram, até Léo que era o foco da conversa riu.
-Rárá, Nana muito engraçado. Vou sair com a Mel, porque sinto que ela é especial, diferente das outras.
-Tá bom, se você diz que é assim.
  Antes que todos pudessem dar seus palpites, o sinal tocou e fomos para a sala de aula. Pensando na conversa do almoço, eu me dei conta que Léo parecia mesmo estar disposto a ir em frente com essa tal Mel, e quem sabe poderia ser diferente. Arranquei uma folha de caderno e cortei na metade, uma eu fiz um bilhetinho para Ju e a outra foi para Léo. O da Ju eu rabisquei o seguinte:
“Ju estive pensando no que você falou e eu posso, por favor, ir até a sua casa hoje para estudar pra prova?”
  Dobrei em 8 e passei o papel para frente, ela logo respondeu:
“Claro! Você é sempre bem vinda lá em casa, ainda mais para um assunto tão nobre!”
  Gesticulei um positivo para ela, como se dissesse “combinado”. Para Ju não havia nada mais nobre do que o estudo, e toda a sua família acreditava nisso também, o lema deles era “Somos o que somos somente por conta dos estudos” eu até curtia um pouco esse papo, mas era meio exagerado, ela nunca tinha tido um namorado por conta de passar horas estudando. Para ela era o seguinte: “Estudo nos surpreende todos os dias, agora homens são todos iguais, por isso que eu não namoro!”, eu fingia aceitar com ela quando dizia isso, mas a realidade é que os meninos sempre tiveram respeito e um pouco de medo da Ju, ela era bonita a seu modo, com seus óculos escondendo seus olhos azuis e o cabelo sempre preso, mas nunca nem vi, nem ouvi um garoto chegar nela. Tudo bem, eu também nunca namorei, só que por falta de vontade, e não de oportunidade, diferente dela que escondia o verdadeiro motivo de sua solteirice.
  Para Léo, o bilhete foi mais pessoal e direto:
“Léo, você não falou, quando você vai sair com a Mel?”
  Novamente dobrei em 8 a metade de folha, e passei até chegar ao Léo, ele me respondeu:
 “Hoje à noite, por quê? Quer vir?”
  Léo nunca perdia a oportunidade de me chamar para seus encontros, ele sempre dizia que me faria bem sair com ele e aprender como se comportar em um encontro, e é claro eu nunca aceitei.
“Não seu bobo! Só pra saber o que esperar de você daqui alguns dias”
“Eu sou tão previsível assim?”
“Não! É que assim nos dará um repertório maior de perguntas!”
“Tá bom Srtª repórter, mas você sabe que eu te conto até as vírgulas, mesmo sem que você me pergunte”
“Ah, mas é claro que sei não custa nada lembrar, ok?”
“Ok, agora preste atenção na aula, é importante!”
  Ele me deu o papel e esperou eu ler, assim que acabei revirei os olhos e assenti sorrindo falando bem baixinho:
- Você também!
  E ele fez sinal de continência, como se tivesse obedecendo á uma ordem de general. Ahhh, meninos o que fazer com eles?
  Bateu o sinal da última aula e fomos todos juntos até o pátio, antes de sair com Ju, eu falei para Léo:
-Cuidado hoje, hein! Não vá se decepcionar!
-Por quê? Tem ciúmes?- Perguntou ele
-Claro que não! – Disse corada – Mas me preocupo com o que essas galinhas podem fazer com o meu melhor amigo! Divirta-se e cuidado!
  Novamente a continência e logo já estávamos virando cada um para seu rumo. Corri até a Mercedes Benz Preta da Ju, e esperei até ela abrir e irmos. Ela foi rápida, porque sabia que nossa tarde seria comprida e divertida (pelo menos pra ela!)

Espero que vcs gostem e que cada vez aumente a curiosidade de todos, quando vai sair só Deus sabe, porém quando chegar a hora eu não deixarei de avisar ninguém...

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